Entrei
no quarto, e tranquei a porta.
O
que era aquilo tudo? Meu Deus será mesmo que ele tinha voltado para me buscar?
Depois que foi preso, saiu rumores de que vários capangas dele estavam vindo atrás
de minha família, mas minha mãe se foi, meu irmão estava preso, e meu pai vinha
para se vingar de mim, eu estava completamente ferrado. Eu sei que parecia um
completo fracassado com medo do meu pai, mas ninguém imaginava do que ele era
capaz de fazer comigo, agora, imagine hoje? Ele me odeia sem motivo algum, ele
sempre me odiou. E aquilo me assustava. Completamente.
Alguém
bateu na porta do meu quarto.
-Abre,
sou eu George! - Levei um susto quando ouvi a voz da diretora Mari. - Fiquei
sabendo que você deu um tapa no rosto de Aluna Carly. Abra.
Sabia,
era tudo mentira, era só um motivo para me assustar, idiota, nunca, mas
acreditarei nela. Vaca.
-Já
estou abrindo. - Abri a porta e quase cai pra traz. Não era a direto Mari. e
sim uma mulher nervosa e brava. - O que...? - Ela pulou em meu pescoço, nós
dois caímos no chão, ela por cima de mim tentando me enforcar e eu morrendo
embaixo dela. - Meeee so-l-l-t-a , está m-e-e-e-e - Virei meu corpo e fiz
ela cair, pulei em cima dela e comecei a enforca-la , a mulher com o rosto da
Diretora começou a gritar:
"HAHAHAHAH
ELE VAI VOLTAR GAROTO TOLO!!! ELE JÁ SABE ONDE VOCÊ ESTÁ, E VAI VIR ATRAZ DE
VOCÊ E VAI MATA-LO. CUIDADO COM A ANJINHA GAROTO" no susto , bati a cabeça
dela no chão com toda a força que tinha e ela apagou. Uma linha fininha de
sangue começou a sair do canto de sua cabeça. Um sangue vivo, avermelhado,
quente, delicioso. Quando me dei conta estava me aproximando do sangue, seu
cheiro era doce, queria beber, queria sentir.
-Ai
meu Deus! - Levantei com um pulo, Angeline estava parada na porta, com as mãos
na boca e completamente assustada. - Você a matou?
-
Claro que não... Quero dizer... – Gaguejava sem saber o que responder. - Acho
que sim.
- Mas...
Mas como? Por quê?
-
Ela me atacou, queria me matar, foi em legitima defesa! Eu juro!
-É
tudo bem, então temos que nos livrar do corpo. – Disse Angeline para minha
surpresa. – Hm... Eu pego os braços e você às pernas.
-
O que? Está louca? Não vou levar minha diretora para fora desce jeito. Ela está...
Morta! Não posso...
Angeline
me interrompeu.
-
Claro que pode porque você á matou. Agora pega as pernas dela e vamos. - Obedeci
sem reclamar. Angeline pegou os braços e peguei as pernas dela. Há carregamos
ate a porta, ela abriu e descemos as escadas em silencio. Abrimos
à porta dos fundos da cantina e andamos para fora, deitei o corpo dela no chão
para descansar as mãos. - Vamos descansar, essa vadia pesa. - Olhei para
Angeline e tentei reconhecê-la, ainda era el , os cabelos longos e pretos, a
pele branca, o sorriso encantador. Mas quando ela abria a boca, parecia um
detento falando. Tudo bem que estávamos num "presídio", mas ela não
era assim.
-
O que aconteceu com você? Parece... Diferente. - Pronto, falei. Ela me olhou e
pegou novamente os braços da direta.
-
Anda matador, vamos logo com isso.
Descemos
uma pequena ladeira, ao lado do grande terreno da escola havia uma área aberta,
com mato pra tudo quanto era lugar. A cerca elétrica estava desligada, Angeline
andou até o final da cerca, onde ela dava uma curva e parou apontando para um
buraco grande mas coberto com um arbusto .
- Eu
que fiz. - Ela parecia orgulhosa disso. Passamos com todo o cuidado e depois
passamos o corpo da diretora. Nunca tinha andado por ali, na verdade não
gostava de andar para nenhum lugar ali. Simplesmente, ignorava o fato de que
meu dormitório tinha porta, e que durante a semana tinha o sábado e o domingo.
Depois
de um trabalho complicado para vermos se nada de nossas roupas ou da roupa da
diretora tinha ficado na cerca, continuamos andando, agora Angeline guiava e eu
carregava o corpo pesado da diretora. O sangue pingava em meu braço, parecia uma
tentação para mim, mas porque estava daquele jeito? Tudo bem que adorava filmes
de terror com sangue e essas coisas bizarras, mas querer beber sangue de verdade,
da minha direto que acabei que tinha acabado de matar já era loucura demais.
-
Vem logo George. - Ela andou até o meio da floresta escura.
-
Por que você andava por aqui mesmo?
-
Só por andar, antes de nós nos conhecermos, me sentia sozinha mesmo com Carly
ao meu lado, vinha aqui pensar na vida.
-
No meio de uma floresta? Sozinha?
-
Sim, com quem, mas eu iria vir? Com você? Eu te odiava.
-Ta
tudo bem. - Continuamos andando em silêncio. Chegamos
próximo a um local escuro e molhado.
-
Tudo bem... Você faz as unhas? - Perguntou ela.
-Que
tipo de pergunta é essa? Mas é claro que não.
-Ótimo,
então, comece a cavar. - Ela sorriu e se sentou em uma pedra úmida.
Abaixei-me
e xinguei ela mentalmente. O que estava acontecendo? A Angeline normal ficaria
assustada, completamente louca. Já essa está, estava mais calma do que
nunca.
-
George... - Senti um vento gelado passar por mim. – George... - Olhei
para meu lado e parei. Não tinha ninguém.
-
Você ouviu? ... - Parei e olhei para Angeline. Ela acendia um cigarro. - Você
fuma?
-
Só quando estou estressada. - Ela sorriu com sarcasmo.
-
Você não é a Angeline.
-Claro
que sou gatinho, agora cava. - Ela apontou um pedaço de madeira. Olhei o relógio
marcavam meia noite e pouco. Peguei a madeira e comecei a furar o chão de terra.
~x~
Depois
de um bom tempo furando o chão em silêncio, olhei para Angeline , ela estava de
cabeça baixa. O cigarro que começou a fumar estava no chão depois de uma tragada.
Parei e sentei ao seu lado.
-
O que houve Angel?
-
Eu só... Só estou muito triste, tentei fumar para chamar a atenção e quando
você me disse que não era eu, fiquei deprimida. Esse lugar, eu não sabia dele.
Foi a Carly que me trouxe aqui assim que cheguei. Ela que fez o buraco na
cerca, estou fingindo desde quando entrei no seu quarto, estou com muito medo.
Porque fez isso?
- Já expliquei. Foi em legitima defesa. Não queria
matá-la. Eu só... Perdoe-me. Por Phellipa e por você está passando por isso
tudo.
-
Está tudo bem. Eu vou estar ao seu lado, para o que der e vier. Somos namorados
certo? - Olhei para ela e sorri. Peguei sua mão. A minha estava suja, mas ela
não ligou. Me beijou e voltei a cutucar a terra.
Quando
acabei, coloquei cuidadosamente o corpo no buraco mal feito. Jogamos a terra
sobre seu corpo. E fomos embora. Sabia que aquilo me perturbaria. Que iria me
corroer por dentro, mas tinha que resolver a minha vida. E parecia que Carly
sabia muito sobre ela.