terça-feira, 30 de novembro de 2010

Auréola Negra. Capitulo 2 – Mudanças.

Pergunto-me todas as noites, qual o motivo desses sonhos apavorantes. Não era nada relacionado com a morte da minha mãe ou com o abandono do meu pai, simplesmente sonhava com uma linda mulher ruiva, que no meu sonho vagava pelo mundo e matava sem piedade (penso isso pelo oque podia ver). Nunca entendi esse sonho, mas agora não poderia pensar na ultima noite em que acordei gritando, tinha que estar calmo para falar com Angeline, que já estava no refeitório e estava á alguns metros da minha mesa. Me levantei e fiz a primeira tentativa de ir para sua mesa onde ela estava sozinha mas eu estava tão nervoso que decidi mudar meu caminho e fui pegar uma bandeja de comida da escola, (que não era lá muito boa...) tomei coragem  e caminhei até sua mesa. Olhei-a de cima a baixo ou tentei olha-lá já que á mesa atrapalhava. Ela estava em uma calça escura e uma blusa branca, os cabelo em um rabo-de-cavalo desleixado, mesmo assim ela continuava linda.
- Oi – falei admirando-a.
Ela levantou o rosto com uma expressão mais ou menos de quem se perguntava: “O que esse idiota ta olhando?”. Sem ao menos perceber já estava a centímetros dela, agora veja o resultado dessa minha bela ação, além de ficar parecendo um idiota, ( o que realmente a expressão dela não negava...) eu cai.

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O legal de quando você acha que as coisas não podem ficar piores, elas ficam. Ser zoado pela escola inteira, com outras coisas tudo bem, mas agora por uma garota? Sai naquela tarde do refeitório ao meio de gritos realmente estúpidos de todos os tipos que você conseguir imaginar, além disso, consegui fazer um talho na minha mão esquerda. Que ótimo. A minha vida é ótima, acaba de ficar melhor ainda. Olá sarcasmo.
Estava no banheiro, com a torneira aberta no máximo, tentando estancar o sangue, quando Steven chegou.
- George?! George?! Se ta ai cara?
- Aqui. – Gritei.
- O que aconteceu com você no refeitório? – Disse Steven me encarando furiosamente. – Cara! Ta todo mundo falando da sua queda de louco. O que foi aquilo?
- Eu ia falar com Angeline, só que não deu muito certo, eu fiquei nervoso e... – Deixei minha voz morrer.
- E caiu no chão. – completou ele.
- Parabéns, você acertou. – Falei seco, desviando o olhar de Steven e repassando a cena da queda na minha mente, tentando ver de outro ângulo, para tentar me sentir melhor ou pior. Tanto faz. Eu sou um idiota e nada mais. Talvez até mais que isso.
Levantei o olhar para Steven que estava encostado na porta olhando para minha mão.
- George... – Chamou ele. – vai com calma. Ela não é qualquer uma.
- Sim, claro. Mas por que você está falando isso pra mim? Como sabe como ela é?
- Eu conversei com ela ontem. Angeline é colega de quarto de Cayle agora.
- Meu deus! Eu sou um idiota! – Olhei para cima para ter a sorte de um raio ou um milagre cair sobre minha cabeça.
- Olha, se você quiser eu posso te ajudar a conquistar ela... – Olhei para ele com os olhos molhados, já querendo chorar.
- Como? Aposto que Cayle já deve ter feito a minha caveira para ela. – disse, fechando a torneira.
- Falando bem de você... Bom... Refazendo sua caveira?! Mas primeiro seu estilo, sua aparência tem que melhorar, um pouco.
- O que tem meu estilo? – Perguntei olhando minha roupa e rosto no espelho á minha frente.
- Cara, você anda horrível e seu cabelo ta uma droga.
- O que?! Meu cabelo? – Olhei novamente no espelho, olhando meu cabelo liso caído sobre meus ombros e quase cobrindo meus olhos verdes, que agora estavam perdidos sobre meu reflexo. – Não sou tão bonito, mas nasci assim, não tem como reclamar do que Deus me deu.
- Você quer ficar com ela? – Perguntou Steven seguramente.
- Sim, mas...
- Então fique a altura dela! – Disse Steven me cortando e me puxou para fora do quarto. – Primeiro vamos à enfermaria, sua mão ta sangrando muito. Depois, vamos repaginar você.
- Esse “vamos” inclui mais alguém? – Perguntei já sabendo a resposta.
- Sim, Cayle. – Quem mais além daquele ser de outro planeta?

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Assim que eu e Steven saímos da enfermaria, fomos direto para o quarto de Cayle, e Steven me garantiu que Angeline não estaria lá.
- Oi amor! – Falou Cayle assim que abriu a porta – Eca! – Exclamou ela quando me viu.
- Oi pra você também, Cayle! – disse eu dando-lhe um sorriso de escárnio.
- O que isso esta fazendo aqui? – Perguntou ela olhando para Steven e apontando para mim.
- Olha, - Disse. – Eu lhe garanto que eu não queria estar no seu ninho de cobra. Mas não tenho escolha. – Entrei e me joguei no sofá.
- Steven? – Disse Cayle como se fosse explodir em questão de segundos (e como queria que ela explodisse, claro, depois que me ajudasse). Continou ela estridente – POR FAVOR! Tira esse PORCO daqui e leva pro chiqueiro!
- Querida, preciso da sua ajuda. – Falou Steven. – Eu e ele precisamos da sua ajuda, precisamos que você mude o visual dele.
- Essa coisa não tem mais jeito, tem que morrer e nascer de novo. – Disse Cayle.
- Olha eu ainda estou aqui. – Falei. – E me sinto ofendido.
- Mas ninguém te chamou aqui, por tanto cala a boca. – Disse Cayle me fulminando com o olhar.
- Steven, me segura que eu vou matar essa coisa de outro planeta não identificado que você chama de namorada. – Falei, me levantando.
- Calma ai! – Disse Steven. – Cayle, por favor! Colabora! E você também George.
- E o que eu ganho ajudando iss... O George? – Disse Cayle piscando com alegria para Steven.
- Que tal aquele vestido de seda que você queria para usar no baile?
- Perfeito. – Falou ela se virando e me lançado seu olhar de megera-loira-maligna e voltou a sua expressão de nojo de sempre.
- Hmmmm... Por onde começar? – Falou ela – Acho que pela roupa... – Continuou ela tagarelando, mas não prestei muita atenção, apronfundei-me nos meus próprios dilemas por que, primeiro: ouvir Cayle falar me dava nos nervos. Segundo: Sofreria nas mãos delas.

sábado, 27 de novembro de 2010

D’Angelos – Auréola Negra. Capitulo 1 – Encontros.

- George? George?
Não me lembro do meu ultimo sonho, mas tenho certeza que era assustador e tenho certeza, também, que não foi a primeira vez que tinha aquele pesadelo.
- George? GEORGE?
Ouvi meu nome ser gritado, no fundo de minha mente ele ecoava.
Depois de alguns minutos, percebi que a voz irritante era da minha professora. Como não percebi? Ela me cutucava.
- George? Você está bem? – minha professora de matemática era realmente chata, ela vivia preocupada comigo. Hoje era a terceira vez que ela me fazia essa pergunta. – Você esta cansado? – ela me olhava com verdadeira preocupação – Seus olhos através de seus óculos arredondados tentavam ver até minha alma, isso me assustava.
- Não. Por que acha isso? – devolvi, sem relutância.
- Você está dormindo na minha aula? - E pior que era verdade. Eu estava cansado da ultima noite, não dormi o suficiente, para um garoto de 16 anos com 1,75 de altura. – O que fez na noite passada? – Ela perguntou. – Nada. - Pensei. Só não dormi a noite passada por causa da porcaria do sonho que tenho desde que minha mãe morreu. - Só não dormi bem! – Até parece. Eu não dormi.
- Então durma! Faça a lição da lousa. E pode voltar a dormir. -
Ela se virou, sua saia rodada foi junto. Olhei em volta a sala me encarava, depois a professora Meretrice chamou a atenção de todos para voltarem fazer a suas lições.
A lousa, onde não tinha nada quando entrei na sala, agora estava cheia. Assim que o sinal bateu eu terminará de copiar a lição.
Guardei o material e desci para o intervalo, o refeitório estava cheio. As mesas redondas eram distribuídas pelo grande salão, procurei á ultima mesa, no fundo. Quando me sentei varias mesas e cadeiras se afastaram de mim. Calma. Não perca o controle. Repeti para mim mesmo. Respirando fundo para não pegar uma cadeira e matar todos em minha volta. Mas acho que isso é culpa minha, antes da minha mãe morrer, eu batia até nos cachorros da rua. Agora estou com uma porcaria de um rastreador no meu tornozelo. Se eu tentar fugir dessa escola para loucos, sou preso.
Legal.
Olhei em volta, tirando meus cabelos do rosto, procurei pelo meu melhor amigo, Steven. Mas não o vi. Voltei meu olhar para minha bolsa e procurei meu lanche, um sanduíche, suco e maça. Tomei um gole de suco e olhei para frente, arregalei os olhos assustado, Steven estava todo encharcado com papel higiênico por todo corpo.
- Se você der risada... – Disse ele já próximo.
-RÁRÁRÁRÁRÁRÁ. Desculpe-me... Mas o que aconteceu?
- Eu apostei. E perdi.
- Eu já te falei sobre isso, né? – Steven era um cara legal, mas tinha um pequeno defeito. Adorava apostar.
- Mas como um cavalo que ganha seis seguidas pode perder logo quando eu aposto?
- Azar no jogo, sorte no amor. – Cayle, namorada de Steven andava em direção a mesa.
- Oi amor – um beijo – O que aconteceu? – Cayle era muito bonita, olhos claros, cabelos longos e louros, magra, alta. Mas também muito burra. Ela só percebeu que Steven estava molhado depois do beijo.
- Ah... Oi George. – Falou ela melancolicamente, me olhando com cara de nojo, e nem era eu que estava molhado e com papel higiênico.
- Oi. – Falei, mostrando-lhe a língua. Ela se virou e se sentou no colo de Steven.
- Eu estava com saudades amor. – Disse ela o beijando com toda vontade. Não gostava de olhar para eles dois quando estavam se “pegando”. Então me virei peguei minhas coisas e sai de fininho para minha próxima aula...

                                             -*~*~*-

Depois do término das aulas fui direto para o meu quarto. Duas camas, ( a outra era de Steven, meu colega de quarto além de melhor amigo...) cômodas e a escrivaninha, se apertavam no quarto. Joguei meu material no canto e procurei o CD com minhas musica preferidas. Quando achei coloquei no som e me joguei em minha cama e me concentrei em meus pensamentos... Lembrei-me da minha mãe, alta, cabelos longos e claros, olhos de um verde... Ela era linda. Pensei no ultimo momento em que á vi feliz, seu sorriso calmo e me senti relaxado. Fechei meus olhos e tentei fixar a imagem dela em minha mente. Mas não durou muito tempo essa minha paz, um idiota batia na porta. Levantei e abri.
- Oi? – Falou uma voz delicada e suave. – Pode me ajudar? Estou... Meio perdida.
- Olha, eu não tenho tempo... – Olhei para o rosto desconhecido da linda garota a minha frente e perdi a fala. Ela era incrivelmente linda. Sua pele branca, grandes olhos azuis, cabelos longos e negros, que se espalhavam perfeitamente bem em seu rosto que tinha um sorriso de tirar o fôlego. E não era só seu rosto que era lindo, seu corpo era tão perfeito quanto, ela não era magra como um esqueleto como a maioria das garotas daqui do internato Maria Louis, ela era cheia de curvas. A palavra perfeita era pouco para ela. - Hmm... Me desculpe, pode repetir eu não á ouvi o som esta alto – Gritei e corri para desligar o som.
- Me chamo Angeline Mcfillan, e sou nova aqui... Pode me ajudar?
- Cla-claro... – Gaguejei como um idiota. Eu não era bom em conversa com mulheres. – Do que precisa?
- Só preciso saber onde fica a secretária.
- Ah sim, venha comigo, te levo lá. – Andamos pelo corredor barulhento em um silêncio, até que decidi irrompê-lo.  
- Como veio parar aqui? – Perguntei e continuei. – Por que... Bem , você sabe aqui é o dormitório dos meninos.
- Bem, eu descobri isso logo na entrada quando vi alguns garotos de toalha... Um garoto com uma menina loira me falou para vir aqui e falar com um garoto do quarto 15. Alias, qual é seu nome?
- George Millan. É acho que me achou. – Ótimo, dei uma de idiota agora, bem típico de mim.
- É, achei. – Disse ela me olhando com um tom de interrogação.
Chegamos a secretaria.
- Bem, te deixo aqui. – Falei, dando um sorriso assustador.
- Verdade. Então, tchau. – Ela se virou e seu lindo cabelo preto se foi junto. – Até alguma hora. – E lá se foi ela.
Andei pelo corredor, apressado, quase correndo para agradecer ao Steven por me mandar aquela garota, maravilhosamente linda, e sexy, para o nosso quarto. Quando cheguei, gritei:
- Steven! Onde você ta cara?
- No banheiro. – Gritou ele de volta. Corri para o banheiro, onde o encontrei pelado, tomando banho.
- Ah, cara! Que nojo! – Falei me virando.
- Que? Você não é homem não? Bem que eu desconfiava!
- Vai á merda. – Falei. Às vezes Steven me falava coisas que me deixava apavorado. – Cara, que presente foi aquele? – perguntei.
- Do que você esta falando? – disse ele. Ouvi o chuveiro ser desligado.
- Aquela menina nova, que você mandou para cá...
- Ahh, sei, á gostosa nova? – Perguntou de volta.
- Obviamente. – Retorqui azedo.
- Não me agradeça. Agradeça a Cayle ela que mandou a coitada pra cá.
- Por quê? – Perguntei já sabendo a resposta.
- Bem, eu fiz a ela mesma pergunta. Ela respondeu que queria você longe da gente e tava tentando te arrumar uma namorada, e pelo seu histórico ela considerou a garota nova perfeita para o seu caso. Como é o nome dela mesmo? – O português de Steven não era dos melhores...
- Angeline Mcfillan. – Disse eu em um tom meio que de adoração.
- Bem hoje não temos mais aula e já esta de noite. Então vou pro quarto da Cayle. – Ele saiu do banheiro e foi direto para a porta.
Fiquei parado no meio do quarto perdido em pensamentos, pensando na hipótese de Cayle e era verdade eu não sou muito de sair pegando todas. Minha lista de beijos era medíocre, 5 garotas e eu me envergonhava um pouco disso. Pensei durante um tempo e decido falar com Angeline amanhã no intervalo. Me mexi lentamente, ainda imerso, tomei banho rapidamente e me joguei na cama, caindo no sono e tendo o meu pesadelo de todas as noites...