segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Auréola Negra. Capitulo 5 - Ela me ama.

Quando cheguei ao meu quarto não conseguia respirar, eu nem ao menos estava acreditando no que acabará de acontecer, eu beijei a garota que eu amava. Me joguei na cama pensando em tudo que conseguia relembrar do acontecimento de uma hora atrás, mínimos detalhes, mal me dei conta que Steven estava no quarto.
- Oi? George você está nesse planeta? Pelo menos você parece bem.
- Steven, eu beijei ela.
- O que? Quem? – Ele teve que parar para pensar de quem se tratava. – Angeline?
- E quem mais seria? – Perguntei retoricamente.
- Ah! Parabéns cara! – Ele bateu na minha mão.
- Valeu. – Disse.
- Então o que vai fazer agora? – Perguntou Steven com cara de paisagem. Não que ele já não tivesse, mas...
- Vou pedi-la em namoro.
- Como?
- Uma surpresa. – Steven sentou-se na cadeira da cômoda procurando alguma coisa nas gavetas, quando achou o que procurava jogou para mim. Era uma pequena caixinha, macia e com um fecho delicado, ao abri-lá tinha dois anéis nela. Os anéis era lindos, prateados e finos, um deles tinham duas palavras gravadas, “My Angel”.
- Não posso aceitar. – Falei tentando lhe devolver a pequena caixinha com os anéis.
- Claro que pode, bem, eu ia dar a Cayle, só para trocar os anéis, mais acho que você precisa mais.
- Muito obrigado. Você mais parece um pai do que amigo, um pai que nunca tive. – Falei e agora, momento “emo” para ser mais claro.


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Meu pedido de namoro tinha que ser especial, então, tive uma idéia não muito fora do normal, mas não normal de mais... Um pequeno jantar improvisado na cantina e o anel apareceria no copo dela.
Enquanto arrumava a mesa Steven, não parava de resmungar feito uma velhinha.
- Odeio terno. – Falou ele de cara fechada.
- Não estou te pagando para reclamar. – Disse querendo rir.
- Você não esta me pagando. – Disse Steven afrouxando a gravata borboleta que eu não tinha a mínima idéia de onde ele arrumou dentro dessa escola, ou prisão, melhor dizendo.
- Não importa. Então gostou da arrumação? – Disse dando os últimos retoques na mesa.
- Ficou bonito pra quem á arrumou. – Disse Steven em tom de zombaria.
A mesa estava iluminada de velas, muitas velas, isso poderia causar um incêndio, mas deixei esse pensamento negativo de lado, tinha que dar tudo, mas que certo hoje. E tudo isso aconteceria no refeitório, foi o melhor lugar que encontrei para fazer isso. Já passava das sete horas, combinei com ela as oito no refeitório ela chegaria logo. Acho que daqui do internato Maria Louis a melhor coisa é o toque de recolher nesse caso as regras são um pouco, digamos que, “liberais”, toque de recolher as onze depois só se você estivesse na biblioteca e fingisse estar estudando.
- Vá arrumar as coisas, Steven. – Disse a Steven que logo saiu em direção à cozinha do refeitório onde arrumamos as coisas para o jantar. Sentei-me olhando a cada minuto no relógio... Vinte minutos depois e na hora certa ela chegará, perfeita em um vestido branco com um lanço azul na cintura. A observei até ela chegar perto da mesa, me levantei e num gesto tão cavaleiro quanto via nos filmes, puxei a cadeira para ela.
- Obrigada. – Disse ela abrindo um sorriso caloroso no rosto, ela observou a mesa e continuou. – Esta tudo tão bonito.
- Isso é bom. – Disse retribuindo o sorriso e chamei Steven. – Refrigerantes!
Steven veio de cara fechada com um litro de algum refrigerante que havíamos conseguido.
- Senhores. – Disse Steven me chutando por debaixo da mesa. Ele colocou o refrigerante na mesa e anunciou – O cardápio de hoje, prato principal: Hambúrguer com batatas fritas. Sobremesa: Pudim de leite. Bebida: Servida. – E saiu.
- Vocês dois são uma comedia! – Falou Angeline rindo.
- Ele é como um pai para mim, muito rabugento, mas ainda assim.
- Isso é bem legal. – Disse Angeline me olhando com aqueles olhos azuis como pedras preciosas, poderiam compará-los com várias coisas, mas a beleza de seus olhos poderia ser descrito como indescritíveis.
- Refrigerante? – Perguntei.
- Sim, claro.
Enquanto ela olhava a taça se enchendo seus olhos se encheram de lagrimas e uma lagrima vacilante, caiu.
- Você... - Ela deixou a voz morrer.
- Pode parecer clichê, bom... É... Aceita namorar comigo? – Disse entre engasgos.
- Acho que a resposta é sim, não, é claro que sim, não, é óbvio. Ah. – ela se levantou e me beijou com força, era uma sensação elevada estar beijando-a, eu não sentia nada, o chão desaparecia sob meus pés, o mundo girava comigo fora dele, seu beijo era leve, doce e apaixonado, mais que isso, era tão não normal... Era perfeito.
- Eu te amo. – Murmurei em seus lábios.
- Eu também te amo. – Disse ela e se afastou para olhar a taça de refrigerante. O momento era tão intenso que palavras não abrangem tamanha explosão. O ar parecia estar comprimido meu peito, eram tantos sentimentos... Essa era a primeira vez que ela dizia com todas as letras que me amava. Ela parecia estar como eu, não disse nada simplesmente olhava a pequena aliança que estava no fundo da taça.

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Mais tarde depois do nosso jantar improvisado fui deixá-la no seu quarto, e assim que chegamos à porta ela me surpreendeu com uma pergunta.
- Quer entrar? – Perguntou ela meio que acanhada.
- hmm... Para seu quarto? – Perguntei o melhor que encontrei, sem sentido, mas pelo menos saiu alguma coisa em meio a minha surpresa e um pouco de choque.
­-É... Sabe, quer passar a noite aqui? – Fiquei meio perplexo, e aquela coisa de fazer “aquilo” agora, aqui... Não que eu não quisesse, acho que fiquei sem ação por tempo bastante para ela me puxar para dentro do seu quarto. Era como o meu quarto, duas cômodas, duas camas, e uma escrivaninha. Ela me empurrou e tropecei direto a uma cama, sentei e ela veio sentar no meu colo.
- É... Você esta bem?- Perguntou ela me olhando com atenção. – Você esta pálido.
- Na - não, eu es - estou bem... – Menti, eu estava tão nervoso e ela também parecia nervosa, não tanto quanto eu. O silêncio e o modo que estávamos ficou embaraçoso por alguns segundos até que ela se levantou.
- Tudo bem, já volto.
 Ela entrou no banheiro e demorou alguns minutos, quando voltou, ela estava com uma camiseta, grande, que ia até as suas coxas e que cobria pouco, mas o bastante. Ela deveria estar com um short curto, ao menos eu esperava.
- Voltei. –ela tinha uma expressão enigmática no rosto.
- Ainda bem. – Falei sem pensar e ela sorriu.
Acho que me dei conta do que estava acontecendo quando ela me “atacou” de verdade. Ela se sentou com as pernas abertas no meu colo, suas mãos puxarão meu cabelo, sensações estranhas me invadiam, agi por instinto e retornei com avidez á ela. Passei minhas mãos por suas pernas, subindo até suas coxas, quebrei nosso beijo para beijar seu pescoço, roçando o nariz fui até a sua clavícula, ela tinha um cheiro maravilhoso, doce, sua pele era macia e quente. Ela puxou minha blusa para cima e cooperei para que ela tirasse, deixando meu peito nu. Voltei minha concentração as minhas mãos, subindo até sua cintura por dentro da blusa e a ajeitei em meu colo, fiquei mais calmo quando senti um micro-shorts. Subi minhas mãos mais ainda até chegar ao seu sutiã, isso tudo aconteceu bem rápido, até eu vira-la em direção a cama e de repente ela se livrou dos meus braços e sentou ao meu lado, olhei para ela e depois segui a direção do seu olhar e me assustei. Cayle estava na porta, parada, ou melhor, dizendo estática de boca aberta nos encarando, será que ela estava nos observando? Há quanto tempo ela estava ali? Eu não estou acreditando nisso, essa coisa de outro mundo tinha que chegar agora.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei sobressaltado.
- Esse é meu quarto também se você não tem raciocínio lógico para saber quanto é dois mais dois, idiota. – Depois ela alternou olhares para mim e Angeline. – Vocês têm idéia de que horas são? Acho que não estavam ocupados fazendo outras coisas. – Falou Cayle alterada.
- Cayle, por favor. Espere lá fora, é só um minuto. – Disse Angeline calmamente.
- Andem logo, tem gente que precisa dormir e aqui não é motel. – Falou nervosa e saindo batendo a porta do quarto.
- George, me desculpe, eu pensei que ela ia dormir com Steven hoje, eu não que...
- Tudo bem, - Disse interrompendo-a. – não se preocupe com isso. – Levantei e dei um beijo na sua testa. – Até amanhã.
Saí do quarto vestindo minha blusa, ao sair do quarto ouvi uma tosse irritada.
- Qual é o seu problema? – Perguntou Cayle.
- Você e sua lógica de loira.
- Olha aqui seu estúpido, da próxima vez leva ela para o seu quarto, ou melhor, dizendo chiqueiro.
- Cala a boca. – Disse me virando.
- Vão fazer sexo em outro lugar, aqui não! – Disse Cayle aos gritos.
- Agora eu pergunto, qual é o seu problema? – perguntei, voltando-me para Cayle e portas de vários quartos se abriam. – Você esta com ciúmes? Vai procurar alguém do seu planeta esquisito, não sei como Steven te agüenta. – Gritei essa ultima parte, humilhação não era uma coisa que eu gostasse de fazer, mas ela merecia.
Cayle olhou em meus olhos e entrou no quarto batendo a porta sem responder á nada.

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No dia seguinte fui buscar Angeline no quarto, só que quem abriu não era quem eu queria... Se parecia com um pesadelo: Cayle.
- O que você quer aqui?
- Eu diria que não te interessa, mas como obviamente namoro sua colega de quarto não preciso explicar nada á você.
- Morra. – Desejou ela e saiu batendo os saltos no piso.
- Ser não identificado à deriva. Classificação: Inútil. – Disse grintando.
Entrei no quarto e Angeline estava só de calçinha e sutiã.
- Oi amor. – Disse ela. – Tudo bem? Eu ouvi você brigando com Cayle ontem à noite...
- Esta tudo bem, só fiquei nervoso com as idiotices dela. – Falei olhando-a de cima a baixo. – Então, você quer tentar...?
- George, acho melhor esquecer-mos isso por um tempo. Não quero outra cena como á de ontem.
- Tudo bem. – Disse um pouco... Decepcionado ou sei lá.


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Um recado aos leitores.



Espero que tenham gostado desse capitulo, mas o melhor estar por vir...
As coisas são imprevisíveis e os capitulos estão se desenvolvendo de um modo lento e emocionante, eu sei que não é nada legal ficar esperando muito tempo para ler algo, mas peço a compreensão de vocês, nossos leitores, que acompanham essa história que vamos demorar um pouco mais a postar os capitulos. Eu sei que já havia sido relatado no capitulo anterior que postariamos de 2 em 2 dias, mas as coisas não ocorreram como o esperado, a vida é uma caxinha de surpresas. Boas ou ruins. Pedimos desculpas e logo postaremos o sexto capitulo! Dia 31 de janeiro ele pode estar aqui, fiquem ligados no blog. :)


Alana e Bianca.
xoxo