terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Auréola Negra. Capitulo 11 – Cadáver.


Entrei no quarto, e tranquei a porta.
O que era aquilo tudo? Meu Deus será mesmo que ele tinha voltado para me buscar? Depois que foi preso, saiu rumores de que vários capangas dele estavam vindo atrás de minha família, mas minha mãe se foi, meu irmão estava preso, e meu pai vinha para se vingar de mim, eu estava completamente ferrado. Eu sei que parecia um completo fracassado com medo do meu pai, mas ninguém imaginava do que ele era capaz de fazer comigo, agora, imagine hoje? Ele me odeia sem motivo algum, ele sempre me odiou. E aquilo me assustava. Completamente. 
Alguém bateu na porta do meu quarto.
-Abre, sou eu George! - Levei um susto quando ouvi a voz da diretora Mari. - Fiquei sabendo que você deu um tapa no rosto de Aluna Carly. Abra. 
Sabia, era tudo mentira, era só um motivo para me assustar, idiota, nunca, mas acreditarei nela. Vaca. 
-Já estou abrindo. - Abri a porta e quase cai pra traz. Não era a direto Mari. e sim uma mulher nervosa e brava. - O que...? - Ela pulou em meu pescoço, nós dois caímos no chão, ela por cima de mim tentando me enforcar e eu morrendo embaixo dela. - Meeee so-l-l-t-a , está m-e-e-e-e  - Virei meu corpo e fiz ela cair, pulei em cima dela e comecei a enforca-la , a mulher com o rosto da Diretora começou a gritar: 
"HAHAHAHAH ELE VAI VOLTAR GAROTO TOLO!!! ELE JÁ SABE ONDE VOCÊ ESTÁ, E VAI VIR ATRAZ DE VOCÊ E VAI MATA-LO. CUIDADO COM A ANJINHA GAROTO" no susto , bati a cabeça dela no chão com toda a força que tinha e ela apagou. Uma linha fininha de sangue começou a sair do canto de sua cabeça. Um sangue vivo, avermelhado, quente, delicioso. Quando me dei conta estava me aproximando do sangue, seu cheiro era doce, queria beber, queria sentir. 
-Ai meu Deus! - Levantei com um pulo, Angeline estava parada na porta, com as mãos na boca e completamente assustada. - Você a matou? 
- Claro que não... Quero dizer... – Gaguejava sem saber o que responder. - Acho que sim. 
- Mas... Mas como? Por quê? 
- Ela me atacou, queria me matar, foi em legitima defesa! Eu juro! 
-É tudo bem, então temos que nos livrar do corpo. – Disse Angeline para minha surpresa. – Hm... Eu pego os braços e você às pernas. 
- O que? Está louca? Não vou levar minha diretora para fora desce jeito. Ela está... Morta! Não posso... 
Angeline me interrompeu.
- Claro que pode porque você á matou. Agora pega as pernas dela e vamos. - Obedeci sem reclamar. Angeline pegou os braços e peguei as pernas dela. Há carregamos ate a porta, ela abriu e descemos as escadas em silencio. Abrimos à porta dos fundos da cantina e andamos para fora, deitei o corpo dela no chão para descansar as mãos. - Vamos descansar, essa vadia pesa. - Olhei para Angeline e tentei reconhecê-la, ainda era el , os cabelos longos e pretos, a pele branca, o sorriso encantador. Mas quando ela abria a boca, parecia um detento falando. Tudo bem que estávamos num "presídio", mas ela não era assim. 
- O que aconteceu com você? Parece... Diferente. - Pronto, falei. Ela me olhou e pegou novamente os braços da direta. 
- Anda matador, vamos logo com isso. 
Descemos uma pequena ladeira, ao lado do grande terreno da escola havia uma área aberta, com mato pra tudo quanto era lugar. A cerca elétrica estava desligada, Angeline andou até o final da cerca, onde ela dava uma curva e parou apontando para um buraco grande mas coberto com um arbusto .
- Eu que fiz. - Ela parecia orgulhosa disso. Passamos com todo o cuidado e depois passamos o corpo da diretora. Nunca tinha andado por ali, na verdade não gostava de andar para nenhum lugar ali. Simplesmente, ignorava o fato de que meu dormitório tinha porta, e que durante a semana tinha o sábado e o domingo. 
Depois de um trabalho complicado para vermos se nada de nossas roupas ou da roupa da diretora tinha ficado na cerca, continuamos andando, agora Angeline guiava e eu carregava o corpo pesado da diretora. O sangue pingava em meu braço, parecia uma tentação para mim, mas porque estava daquele jeito? Tudo bem que adorava filmes de terror com sangue e essas coisas bizarras, mas querer beber sangue de verdade, da minha direto que acabei que tinha acabado de matar já era loucura demais.
- Vem logo George. - Ela andou até o meio da floresta escura. 
- Por que você andava por aqui mesmo? 
- Só por andar, antes de nós nos conhecermos, me sentia sozinha mesmo com Carly ao meu lado, vinha aqui pensar na vida. 
- No meio de uma floresta? Sozinha? 
- Sim, com quem, mas eu iria vir? Com você? Eu te odiava. 
-Ta tudo bem. - Continuamos andando em silêncio. Chegamos próximo a um local escuro e molhado. 
- Tudo bem... Você faz as unhas? - Perguntou ela. 
-Que tipo de pergunta é essa? Mas é claro que não. 
-Ótimo, então, comece a cavar. - Ela sorriu e se sentou em uma pedra úmida. 
Abaixei-me e xinguei ela mentalmente. O que estava acontecendo? A Angeline normal ficaria assustada, completamente louca. Já essa está, estava mais calma do que nunca. 
- George... - Senti um vento gelado passar por mim.  – George... - Olhei para meu lado e parei. Não tinha ninguém. 
- Você ouviu? ... - Parei e olhei para Angeline. Ela acendia um cigarro. - Você fuma? 
- Só quando estou estressada. - Ela sorriu com sarcasmo. 
- Você não é a Angeline. 
-Claro que sou gatinho, agora cava. - Ela apontou um pedaço de madeira. Olhei o relógio marcavam meia noite e pouco. Peguei a madeira e comecei a furar o chão de terra. 

~x~ 


Depois de um bom tempo furando o chão em silêncio, olhei para Angeline , ela estava de cabeça baixa. O cigarro que começou a fumar estava no chão depois de uma tragada. Parei e sentei ao seu lado. 
- O que houve Angel? 
- Eu só... Só estou muito triste, tentei fumar para chamar a atenção e quando você me disse que não era eu, fiquei deprimida. Esse lugar, eu não sabia dele.  Foi a Carly que me trouxe aqui assim que cheguei. Ela que fez o buraco na cerca, estou fingindo desde quando entrei no seu quarto, estou com muito medo. Porque fez isso? 
 - Já expliquei. Foi em legitima defesa. Não queria matá-la. Eu só... Perdoe-me. Por Phellipa e por você está passando por isso tudo. 
- Está tudo bem. Eu vou estar ao seu lado, para o que der e vier. Somos namorados certo? - Olhei para ela e sorri. Peguei sua mão. A minha estava suja, mas ela não ligou. Me beijou e voltei a cutucar a terra. 
Quando acabei, coloquei cuidadosamente o corpo no buraco mal feito. Jogamos a terra sobre seu corpo. E fomos embora. Sabia que aquilo me perturbaria. Que iria me corroer por dentro, mas tinha que resolver a minha vida. E parecia que Carly sabia muito sobre ela.