Observei o lugar e não me senti bem. O pequeno cômodo se
apertava dividindo uma cama pequena, uma cômoda sem nenhum tipo de cor
aparente, e um banheiro que bem, parecia que não limpavam há um tempo já que
vinha um cheiro forte e desagradável de lá. A diretora não quis que eu parasse
de frequentar as aulas já que a escola completava 250 anos e tinha uma rica e
historia e blá blá blá... Esse foi o sermão que a diretora me deu, fiquei
impressionado com a cara-de-pau dela de não ligar para situação em si, e tentar
cobrir o assunto com festinhas e algo do tipo.
Joguei a mochila no chão e me espalhei na pequena cama que
não chegava aos meus pés procurei o coberto que disfarçava o colchão furado e
me cobri até a cabeça e chorei até cair no sono.
-x-
Acordei cedo demais, olhei para meu relógio de pulso e vi
que ainda marcava 4 horas da manhã, respirei fundo e fui para o banheiro que
cheirava mal, lavei meu rosto no chuveiro (não confiava na pia), penteei os
cabelos e me vesti, a aula começava as sete mais nada como uma caminhada
matinal para me deixar mais desperto.
Desci as escadas em silêncio com a mochila nas costas, o
corredor grande que apareceu a minha frente dava acesso a varias instalações da
escola, como o quarto das meninas e meninos, banheiros, a enorme cozinha e o
lanchonete. Fui para o corredor direito (o corredor dos dormitórios femininos)
e andei com calma procurando o quarto de Angeline, contei os números e vi a
porta do quarto cheia de brilhos e coisas chamativas, desenhos e meu nome e o
nome dela com uma bela escrita e embaixo uma carinha feliz onde foi riscado de
caneta vermelha e passado por cima de caneta preta um palavrão. Parece que
algumas garotas revoltadas passaram por aqui.
Bati na porta e esperei, ela a abriu, seus olhos estavam
inchados e vermelhos ela me abraçou e me beijou me puxando para o quarto.
- O que houve Angel?- Perguntei preocupado.
-Estava preocupada com você. - Reconheci a mentira em seu
olhar, mas não queria pergunta a verdadeira realidade de seu choro, por medo da
resposta.
-Estou bem, não se preocupe - Beijei sua testa. Olhei seus
olhos e percebi que parecia melhor, que suas lagrimas pararam, mas me senti
péssimo por não ser por mim e sim por outra coisa que ela chorava.
-Ok - falou ela - Peguei alguns filmes por não conseguir
dormir... Vamos assistir um antes de dar o horário da primeira aula.
Deitamos na cama ela se aconchegou em meus braços e
respirou fundo para sentir meu perfume, cobrindo nossos corpos.
- Onde está a loura burra?- Perguntei percebendo que ainda
não tinha levado algo na cabeça ou sendo xingado.
-Pare, ela passou a noite com Steven .- Entortei a boca
mais não falei nada.
Depois de um tempo assistindo um filme estúpido, comecei a
perceber que a atuação de cada ator era péssima, então me concentrei na minha
namorada.
-Angeline?-Chamei.
-Hmmm... - respondeu ela.
-Eu te amo. - Falei.
Ela ficou de frente para mim, a respiração acelerada, os
olhos cheios de lagrimas.
-Eu também te amo. -Disse ela.
Ela sorriu , parecendo encabulada. Angeline começou a me
beijar , calmamente , sem pressa alguma. Era bom , eu gostava de seu beijo doce
. Suas mãos passaram pela minha barriga , e tornaram a subir , passando a
mão em meus braços, e pulando ligeiramente em cima de mim . As coisas ficaram
serias a parti dai. Ela tirou minha blusa de frio e com agilidade tirei a dela
. Vi sua pele se arrepiar quando beijei seu pescoço e seu sorriso quando
passava a mão em sua barriga. Eu a amava!
-George? - Ela me chamava, mas não conseguia parar para
olha-lá . - George ! - Ela soltou um gritinho agudo e me assustei .
- O que? - Perguntei parecendo bravo .
-Melhor não . Não agora. - Falou ela , puxando a coberta
para cima dela.
- Por que não? Tem algo errado Angel? - Falei , sentindo o frio da
manhã.
- Acho que estamos adiantados de mais. Vamos esperar ok ?
- Bufei, mas o que poderia fazer?
- O.K .- Vesti minha blusa e sai do quarto
~x~
Fui direto para a sala do professor Caio entrei na sala e
travei.
Observei cada pessoa e respirei fundo, eles me olhavam com
nojo e desprezo, medo e ódio, e entendia o motivo daquilo, mas não queria
acreditar, simplesmente fui para meu lugar e esperei a aula começar já que o
professor não estava na sala. Um garoto alto, magro e de cabelos grandes até a
metade do pescoço vinha em minha direção. Ele encostou o dedo em minha mesa me
olhando perguntou.
-Como teve coragem?- Não consegui responder, seus olhos se encheram
de raiva e perguntou novamente. -COMO TEVE CORAGEM? - novamente não respondi,
sua respiração acelerou, seus lábios ficaram pretos, seus olhos vermelhos, e
soltou um grito alto e forte que fez a sala nos olhar , com agilidade e rapidez
ele puxou um bastão de basebol e levou até meu rosto com força fazendo os dois
se chocarem e me derrubando no chão quase desmaiando, dei uma olhadela na sala
e me apavorei, todos estavam com olhos vermelhos e lábios pretos, eles se
aproximavam de mim aos poucos por um minuto pedi para apagar e nunca mais
voltar à vida.
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